ON THE ROAD (BR: Na Estrada) 2012
Avaliação: ★★★★★ (4/5)
Direção: Walter Salles
Com: Garrett Hedlund, Sam Riley, Kristen Stewart, Kirsten Dunst, Amy Adams, Alice Braga, Tom Sturridge
Do que se trata?
Após a morte de seu pai, Sal Paradise (Sam Riley), um aspirante a escritor de Nova York, conhece Dean Moriarty (Garrett Hedlund), um selvagem e carismático ex-presidiário. Determinado a evitar as armadilhas de uma vida, Sal cai na estrada juntamente com Dean, e isso se transforma em uma odisséia de mudança de vida física e emocional. Sedentos de liberdade, eles descobrem o mundo, o êxtase da experiência, a ligação da humanidade e, finalmente, eles mesmos.
Dirigido majestosamente por Walter Salles, Na Estrada começa com um ritmo um tanto lento e aos poucos vai tomando uma forma mais grandiosa, desenvolvida. Quando me dei conta, já estava hipnotizado pelos personagens e suas nuances. Aliás, quando me indicaram o filme disseram que Dean Moriarty (Garrett Hedlund) seria quem mais prenderia minha atenção, mas não foi. Não tenho um personagem favorito, ao certo, mas pode-se dizer que Marylou (Kristen Stewart) roubou minha atenção. De início, pensei que seria tímida e recatada e que teria se envolvido com Moriarty graças à manipulação, mas não foi assim; Marylou, ainda que jovem, já sabe muito bem o que quer e não está no filme a passeio. Talvez justamente por ter me envolvido tanto com ela, fiquei receoso quando a personagem saiu de cena - antes da hora, em minha opinião - na obra.
Diálogos bem construídos, cenas não cansativas e bem dirigidas. Se não fosse a duração muito extensa, Na Estrada seria perfeito, sem tirar nem por. Não li o livro, não posso comparar, mas há quem diga que a película é tão boa quanto. E uns ousam mais ainda, alegando que o livro é superado pelo filme. No geral, adaptações de livros para as telonas não ficam muito boas, então não quero ler o livro esperando algo inferior ao filme, mas nada é impossível. De qualquer modo, é ótimo. Após assistir, passei umas duas horas pensando, refletindo. A ideia da obra propõe isso e não apenas ver um grupo frenético andando para lá e para cá dentro de um carro.

Outra estrelinha vale para Kirsten Dunst, como Camille, mãe dos filhos de Dean. A atriz mostra estar na profissão certa e se destaca mesmo em um papel relativamente pequeno. Importante na história, mas de menor destaque entre os demais. É um privilégio vê-la atuando tão bela como nunca e talentosa idem. A evolução de sua personagem, ao lado de Dean ou não, é bem construída e desenvolvida. Sua história é uma que começa no início e acaba no fim do filme, diferente de várias que têm começo, meio e fim durante a obra, algo que inclusive é bem legal, tendo em vista que assim o espectador não cansará assistindo um filme tão longo. Claro que em alguns momentos fica enfadonho, obra alguma está isenta disso, mas Na Estrada consegue penetrar no imaginário de quem assiste e passar sua mensagem de liberdade e reflexão.
A trilha sonora é boa, porém vaga. Usada em poucos momentos, não é algo de grande importância para o filme. Talvez nem houvesse lugar para muita música em meio à tanta aventura, mas vale deixar uma observação para esse detalhe. O figurino esplêndido, assim como os cenários; nada destoa. O final talvez seja a maior surpresa, uma vez que se mostra bem previsível mas ao fim exibe algo bem diferente do esperado. Vale a pena.

Por Antônio Batista
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